O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) afirmou nesta quinta-feira, 19, em participação no UOL Entrevista, que o ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai levar aos mandantes dos atos golpistas do dia 8.
“Anderson Torres é a ponta do iceberg. A partir da investigação dele e dos depoimentos dos presos, é a partir disso que vamos chegar na cúpula”, disse.
Para ele, os atos só foram possíveis porque teriam o apoio de parcela das forças de segurança.
“Essas pessoas chegaram a Brasília financiadas e não foi a primeira vez. Os ataques foram combinados com as forças de segurança. Alguns integrantes das forças contribuíram para que as pessoas entrassem”, explicou.
Ex-ministro entregaria celular se não fosse prova, diz Teixeira
Durante a entrevista, Teixeira comentou o fato de Torres ter deixado o celular em Orlando, nos Estados Unidos. O ex-ministro viajou ao país, que é o mesmo onde Bolsonaro está, dias após a posse de Lula.
“Ao deixar o telefone nos EUA, o Anderson Torres revela que teve alguma participação e que tem gente graúda com ele. Se ele tivesse tranquilidade, ele não teria deixado o telefone nos EUA. Acho que ele deixou o telefone nos EUA porque é uma prova contra ele e, a meu ver, ele envolve também outras pessoas. O telefone vai mostrar toda a cadeia de responsabilidades [dos atos golpistas]”, analisou.
Teixeira também foi questionado sobre a possível responsabilidade de Bolsonaro nas invasões ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
“Se nessas mensagens for encontrada a presença de Bolsonaro, aí, sim, ele terá uma acusação por ter comandado esses atos”, falou.
Para o ministro de Lula, GLO teria desfecho que golpistas queriam
Na avaliação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Lula não ter decretado GLO (Garantia de Lei e da Ordem) foi “inteligente”.
“Acho que foi inteligente o presidente Lula não decretar uma GLO naquele momento. Se ele decretasse GLO, ela poderia ter tido desfecho que fosse na direção do que golpistas queriam”, disse.
Da Redação O Poder com informações de UOL
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