Manaus | 2 de Novembro de 2019 (Sábado)
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram combater os sintomas do Alzheimer usando um composto canabinoide. Os resultados foram divulgados na revista científica Neurotoxicity Research.
Para a realização dos experimentos foi utilizado o composto sintético ACEA (Araquidonil-2′-cloroetilamida) em ratos em que receberam no cérebro a droga estreptozotocina (STZ), que provoca uma deficiência no metabolismo dos neurônios.
Depois, foram realizados teste da memória dos animais, onde deveriam reconhecer os objetos apresentados. Onde estavam os ratos, foram colocados objetos novos no ambiente.
Os ratos que não estavam com sob o efeito da droga, exploraram mais os locais com as novidades, enquanto aqueles com Alzheimer mantiveram o mesmo interesse por todo o ambiente.
Os testes foram repetidos com o intervalo de uma hora e de um dia, para avaliar memória de curto e longo prazo. Sendo apresentados bons resultados nos animais que obtiveram os estágios iniciais da doença.
Com isso, os ratos foram tratados com ACEA, uma forma sintética de um dos compostos extraídos da maconha. Sendo ligado ao receptor CB1, presente no hipocampo, parte do cérebro relacionada à memória e que é afetada pelo Alzheimer.
De acordo com a pesquisadora e coordenadora do estudo, professora Andréa Torrão, houve uma “reversão do déficit cognitivo”, ou seja, o composto impediu a progressão da doença ainda em fase inicial.
“Os complexos canabinoides estão muito caros para a gente importar com os cortes de verbas que tem sido feito nos últimos anos”, ressaltou a pesquisadora. Por isso, o grupo tem usado outras substâncias que agem em outros aspectos do Alzheimer, devido a paralisação do canabinoide no instituto.
Foto: LEAC- Reprodução (imagem ilustrativa)
Fonte: Agência Brasil.