sábado, março 15, 2025
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Rússia bate novo recorde de mortes por Covid-19 em meio a desconfiança sobre vacinas

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A Rússia bateu um novo recorde de mortes por Covid-19 nesta quarta-feira (6) ao registrar 929 vítimas da doença, o maior índice em um único dia desde o início da pandemia. Os 895 óbitos confirmados na terça-feira (5) eram a maior marca até agora. Com um total de mais de 212 mil mortes por coronavírus, a Rússia é o quinto país com mais óbitos, atrás de Estados Unidos, Brasil, Índia e México.

A tendência de alta na mortalidade entre os russos permanece, sem sinais de desaceleração. O país confirmou novos recordes de mortes por coronavírus em períodos de 24 horas em 7 dos últimos 9 dias.

Para as autoridades russas, o que pode explicar o número crescente de óbitos é a estagnação da campanha de vacinação e o avanço da variante delta. Segundo o portal Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, os russos com esquema vacinal completo não chegam a 30% da população até esta terça. Os que receberam ao menos uma dose do imunizante são 33,4%.

Os números indicam que a resposta imunológica estimulada pela vacina contra a Covid-19, que reduz significativamente as chances de a doença evoluir para quadros graves e mortes, está fazendo falta na Rússia.
A vice-primeira-ministra Tatiana Golikova disse, nesta terça, que a proporção de pacientes vacinados entre os mortos não ultrapassa 2%. Ou seja: mais de 98% das pessoas que morreram de Covid-19 na Rússia nos últimos dias não tomaram a vacina.

“Os números são realmente muito ruins, e isso de fato é um motivo para preocupação”, avaliou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. “O vírus está ficando mais virulento. Como uma regra, aqueles que não se vacinaram estão gravemente doentes e infelizmente morrem.”

Há duas hipóteses principais para explicar a hesitação em relação à vacina. A primeira é que os russos, tradicionalmente, são temerosos em relação a novos produtos médicos. A segunda está relacionada à desconfiança em relação às autoridades.

Assim, o fato de o presidente Vladimir Putin afirmar que a vacina Sputnik V, desenvolvida em seu país, é “simples e confiável como um fuzil AK-47” parece surtir pouco efeito na população. Também nesta quarta, a Rússia registrou 25.133 novos casos de Covid-19. Já são cinco dias consecutivos com infecções diárias acima da marca de 25 mil.

Embora a cifra seja menor que o pico de quase 30 mil novos casos registrados em 24 de dezembro de 2020, representa um aumento de mais de 230% em relação ao registrado em maio, quando o país parecia caminhar para a estabilidade nos contágios.

À época, o primeiro caso da variante delta na Rússia havia sido confirmado há pouco mais de três meses. Hoje, essa cepa do coronavírus, considerada mais contagiosa e potencialmente mais letal, responde por quase 100% dos casos confirmados no país.

O premiê Mikhail Mishustin disse na segunda-feira (4) que o governo está “seriamente preocupado” com o aumento das infecções, acrescentando as hospitalizações em decorrência da Covid-19 dobraram em comparação com o mesmo período em 2020 e criticando os índices de vacinação “insuficientes”.

Várias regiões russas reintroduziram medidas de restrição para tentar conter o avanço da Covid-19, o que inclui regras de isolamento e fechamento de espaços públicos. Nesta quarta, a presidente do Conselho da Federação russo –equivalente ao Senado brasileiro– descartou a possibilidade de medidas de contenção semelhantes em âmbito federal.

Segundo Valentina Matviyenko, os esforços do governo serão suficientes para evitar o lockdown. Ela disse ainda que “não haverá e não pode haver” qualquer medida no sentido de tornar a vacinação obrigatória. “Não deveria haver nada além de uma decisão voluntária da maioria dos nossos residentes, que percebem que esta é a única maneira de prevenir o avanço da pandemia.”

Fonte: FOLHAPRESS

Foto:  Tatyana Makeyeva

Redação por Bernardo Andrade

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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