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Distância entre dinheiro necessário e disponível para adaptação climática aumenta

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Enquanto aumentam os custos para os países se adaptarem à mudança climática, o dinheiro para a área, ou seja, o financiamento climático, se mantém o mesmo ou até mesmo diminui -em parte, devido à pandemia de coronavírus.

Essa é uma das conclusões do relatório do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), lançado na manhã desta quinta-feira (4), sobre os problemas da área.

Apesar da adaptação climática receber cada vez mais atenção, o documento aponta que a velocidade de implementação das medidas necessárias ainda não chegou ao nível necessário para acompanhar as mudanças na área.

Segundo o Adaptation Gap Report (relatório sobre lacunas em adaptação), em 2019 o financiamento para que países em desenvolvimento cortassem os gases-estufa e implementassem planos contra a mudança climática foi de US$ 79,6 bilhões.

Isso significa que o mundo não deve ter cumprido a meta de chegar a US$ 100 bilhões anuais em 2020, diz o documento -ainda não há dados completos sobre o ano passado.

O objetivo não alcançado já tinha sido reconhecido, recentemente, por Alok Sharma, presidente da COP26, a 26ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que projeta (junto a outros países europeus) que essa meta seja atingida somente em 2023.

O financiamento climático é um dos temas de destaque da COP26, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que acontece atualmente em Glasgow, no Reino Unido, que já conta com diversos anúncios relacionados ao tema.

“Os custos de adaptação estimados em países em desenvolvimento são cinco a dez vezes maiores do que atuais fluxos de financiamento público para adaptação, e as evidências disponíveis indicam que essa lacuna de financiamento está aumentando”, aponta o relatório.

A pandemia da Covid trouxe um elemento a mais a esse já complexo tema, com as nações com dificuldades econômicas e tendo que destinar parte de suas verbas para ações relacionadas à emergência sanitária.

O relatório cita que a pandemia parece ter paralisado o aumento gradual do financiamento climático público internacional e afetado a disponibilidade de verbas para desastres.

Além da necessidade de aumentar as verbas destinadas para adaptação às mudanças climáticas, o relatório aponta que, com os novos estudos sobre o tema, as estimativas para os gastos anuais para que países em desenvolvimento se adaptem estão no nível mais alto previsto pelo Pnuma em 2016 –de US$ 140 bilhões a US$ 300 bilhões em 2030 e de US$ 280 bilhões a US$ 500 bilhões em 2050– especialmente se o aquecimento global não ficar bem abaixo dos 2°C, como aponta o Acordo de Paris.

Análises das metas de redução de gases-estufa já atualizadas (e levadas para a COP26) dos países signatários do Acordo de Paris apontam para um aumento de 2,7°C na temperatura global.

“Tudo isso torna a adaptação um imperativo global cada vez mais urgente”, aponta o relatório da Pnuma, que também diz que os planos dos países precisam levar em conta cenários extremos apontados pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança do Clima).

O Pnuma aborda, no documento, o papel ainda limitado do setor privado no financiamento climático. O problema, diz o relatório, é que essas verbas provavelmente vão ser usadas em locais com maior oportunidade de lucro e menor risco, deixando de lado os países mais vulneráveis.

“As economias avançadas têm um papel claro a desempenhar em ajudar os países em desenvolvimento que são vulneráveis às mudanças climáticas e sofreram as consequências econômicas da pandemia para liberar espaço fiscal para esforços de recuperação verde e resiliente da Covid por meio de financiamento e substancial alívio da dívida para ‘construir melhor para o futuro”, afirma o relatório.

ALÉM DO DINHEIRO
O problema está longe de ser só o financiamento climático, segundo o relatório do Pnuma. Também faltam dados sobre a materialidade das medidas de adaptação e sobre o monitoramento e a avaliação das ações.

Segundo o texto, há lacunas de informações sobre, por exemplo, o que foi feito para a adaptação e como a ação em questão reduziu a vulnerabilidade climática.
Também há limitações em informações sobre os efeitos de planos de adaptação. Traduzindo: se o planejamento nacional está conduzindo, de fato, à implementação de ações nas diversas escalas dos países.

“Embora o nível de implementação da adaptação esteja aumentando, ainda há evidências escassas de redução do risco climático como resultado das ações de adaptação”, aponta o relatório.

Outro ponto levantado é que as questões de gênero, equidade e justiça social vem ganhando mais atenção, mas ainda não tratam adequadamente a temática ao planejar suas ações de adaptação.

Por Phillippe Watanabe/FOLHAPRESS

Foto: Divulgação

Redação por Bernardo Andrade

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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