sábado, março 15, 2025
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Ômicron reforça importância de máscaras e uso de proteção mais eficiente

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Com a descoberta da variante ômicron da Covid, a importância das máscaras no combate à pandemia de coronavírus voltou a chamar a atenção.

Isso acontece exatamente no momento em que mais se debatia no Brasil o relaxamento da obrigatoriedade do uso proteção -principalmente em ambientes externos, onde, em teoria, o perigo de contágio é menor.

O afrouxamento da obrigatoriedade (mas não das máscaras, que devem estar sempre bem ajustadas ao rosto) para espaços abertos inclusive já tem data no estado de São Paulo: 11 de dezembro.

Ou tinha, considerando que, após a confirmação dos primeiros casos da ômicron no Brasil, o governo João Doria (PSDB) já pediu um novo estudo sobre a flexibilização.

Segundo especialistas, como já ocorria antes, mais uma vez, é hora de reforçar a importância do uso de máscaras, além, claro, da necessidade da vacinação contra a Covid.

“Todo mundo de máscara ainda”, afirma Raquel Stucchi, professora da Unicamp e consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). “Vamos continuar com o que já estamos acostumados.”

Gerson Salvador, infectologista no Hospital Universitário da USP, reforça que “os meios de transmissão e a prevenção não mudam”.

A eficácia dessa barreira facial para proteção contra o Sars-CoV-2 –seja a variante que for– e contra sua disseminação já foi demonstrada por estudos.

Mas, claro, há diferenças de acordo com as máscaras e como elas são usadas. Máscaras que não cobrem o nariz ou são usadas no queixo, logicamente, não fazem diferença. O material também impacta na proteção.

Um estudo da USP apontou a eficiência de filtragem de vários tipos de máscaras disponíveis no Brasil. As N95 ou PFF2 são as mais indicadas, com uma eficácia superior a 98%.

Em seguida, aparecem as de TNT ou cirúrgicas (entre 80% e 90%). Depois, as de pano, com média de 40%. Máscaras de tricô, com tramas abertas ou com tecidos sintéticos como lycra e microfibra não são eficazes para proteção.

Um outro estudo, dessa vez do Fundo Monetário Internacional, estima quantas vidas foram salvas pelo uso de máscaras, tendo como base as regras para uso da proteção nos Estados Unidos.

Segundo a pesquisa americana, a estimativa é que a obrigatoriedade do uso de máscaras tenha preservado cerca de 87 mil vidas e potencialmente poderia ter poupado a vida de mais 58 mil americanos -caso o uso obrigatório se estendesse para todo o país.

“A obrigatoriedade no uso de máscara deve permanecer como uma importante ferramenta contra a Covid”, afirma a pesquisa de agosto. “Além disso, as máscaras podem ser essenciais para combater futuras pandemias.”

A ômicron tem dezenas de mutações em sua proteína S (Spike). Dados disponíveis até o momento apontam que ela tem maior potencial de disseminação e de reinfecção de pessoas que já tiveram Covid.

A situação aponta para a necessidade de máscaras com maior potencial de filtração, afirma Stucchi. Ou seja, as N95, que, inclusive, podem ser reutilizadas por bastante tempo, caso usadas com o devido cuidado.

Além de reforçar o papel da vacinação, Leonardo Weissmann, consultor da SBI, também diz que a “N95 pode trazer uma maior proteção em um momento que pouco sabemos a respeito da ômicron”.

Fora as medidas que já são padrão para combater a pandemia, como espaços bem ventilados, vacinas e máscaras, Salvador também defende a exigência de passaportes vacinais para quem vem de fora do Brasil (os primeiros casos confirmados da ômicron no país estão associados a pessoas sem histórico de vacinação contra a Covid) e para acesso a locais fechados.

Salvador também diz que não faz sentido bloquear a entrada de viajantes de alguns países, quando a nova variante já foi encontrada em diversas nações.

Por Phillippe Watanabe/FOLHAPRESS

Foto: Divulgação

Redação por Bernardo Andrade

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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