Manaus | Terça-feira
No próximo dia 19, o Amazonas vai inaugurar seu primeiro Centro de Processamento Celular, localizado em um prédio anexo da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemoam). Inicialmente serão coletadas células de cordão umbilical de mulheres que tiveram gravidez sem complicações. Esse material fará parte de um banco nacional de células-tronco e poderá ser usado no tratamento de pessoas com câncer de todos os estados do País.
Com investimentos de R$ 7 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o centro de processamento começará a funcionar na próxima terça-feira (19), e o Instituto da Mulher Dona Lindú será a primeiro parceiro. O diretor-presidente da FHemoam, Nelson Fraiji, explicou que serão coletadas, e depois adequadamente armazenadas, células de cordões umbilicais, que são ricos em células tronco.
“Nós vamos coletar placenta com cordão umbilical, vamos retirar o sangue, vamos processar as células e separar as células importantes, que são chamadas células-tronco. Vamos guardar em congelamento a menos 70 graus (Celsius). Essas células são identificadas de acordo com seu perfil antigênico e essas informações serão disponibilizadas num banco nacional para fins de transplante de medula, ou seja, hora do cordão ou das pessoas”, disse.
O diretor-presidente da FHemoam também destacou a importância da estrutura para armazenar células pensando no perfil genético da população brasileira.
“Essa estrutura faz parte de uma rede e toda vez que se quer armazenar células a gente penso no perfil genético da população. O Brasil tem um perfil genético muito variado porque é uma população miscigenada. Então, se a gente quer construir um banco de células capaz de atender a população, é muito importante que essas células sejam coletadas de populações distintas do País”, disse.
Inicialmente apenas quatro funcionários, entre farmacêuticos, bioquímico e enfermeiros, vão trabalhar no centro e vão coletar material de cordão umbilical de mulheres do Instituto da Mulher Dona Lindú, no Adrianópolis, Zona Centro-Sul. O gestor destacou que a formação e o treinamento para se trabalhar no centro é importante e diferenciada, mas será ampliada após o aumento da demanda nas maternidades do Estado.
Definição
Células-tronco são aquelas que ao se multiplicarem têm a capacidade de dar origem a vários tipos de células que formam os diferentes tecidos do corpo humano. Por isso, essas células são capazes de regenerar órgãos e tecidos. Existem várias fontes de células-tronco, como o cordão umbilical, a medula óssea, o tecido adiposo e a polpa do dente de leite.
Redação | Gabrielly Gentil