Subiu para 208 o número de pessoas mortas na chuva que devastou Petrópolis, cidade na região serrana do Rio de Janeiro.
Do total de vítimas, 124 são mulheres; 84 são homens e 40, menores de idade. O temporal que caiu sobre a cidade imperial na terça-feira (15) alagou ruas, destruiu bairros e matou famílias inteiras.
Até a manhã desta quinta (24), 191 corpos haviam sido identificados e 181 já tinham sido liberados para as funerárias.
As salas de velórios estão cheias, e os enterros estão sendo feitos em sequência. A prefeitura abriu novas covas rasas (menos profundas e mais baratas) e descartou um grande enterro coletivo “para respeitar a programação das famílias.”
Ao menos 166 pessoas já foram sepultadas no cemitério de Petrópolis. Os enterros começaram na quarta-feira (16), quando Evelyn Luiza Netto da Silva, 11, foi sepultada.
A liberação de alguns corpos tem demorado em razão do estado em que eles chegaram ao IML (Instituto Médico Legal). Nesses casos, é preciso fazer exames de DNA e papiloscópicos para ter a identificação.
Segundo a Polícia Civil, há um mutirão formado por peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia para dar celeridade ao trabalho.
A chuva também destruiu casas, obrigando 899 pessoas a procurarem abrigo nos 14 pontos de apoio disponibilizados pela prefeitura da cidade.
Segundo a administração municipal, essas pessoas estão recebendo itens essenciais e orientações sobre os serviços sociais que podem solicitar.
Apesar do medo da chuva, alguns moradores seguem vivendo à beira dos barrancos que deslizaram. “Vou para onde?” é a pergunta que muitos fazem.
Nove dias após a tragédia, as buscas continuam nas áreas mais afetadas pelos temporais. Nesta quinta, o trabalho dos bombeiros se concentra no Morro da Oficina, Vila Felipe, Sargento Boening e Vila Itália, áreas em que há suspeita de desaparecidos.
Segundo a Polícia Civil, há 48 pessoas que ainda não foram encontradas. Conforme os corpos vão sendo identificados, o número de desaparecidos vai caindo.
Petrópolis tenta agora se reerguer da tragédia. Nas ruas, moradores limpam casas, prédios históricos e comércios, que já começam a reabrir.
Sirenes de viaturas e ambulâncias ecoam de um lado para o outro, e motociclistas e famílias circulam sem parar com doações entre pontos de apoio e igrejas.
Até esta quarta, o município havia registrado 2.199 ocorrências, das quais 1.764 são por deslizamentos.
O Exército e a Marinha enviaram quase 1.000 militares para ajudar no controle de trânsito, reforçar a segurança e dar apoio na logística de donativos.
Por Matheus Rocha/FOLHAPRESS
Foto: Divulgação
Redação por Bernardo Andrade