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Dnit conclui aterro em rio e libera fluxo de veículos em um dos trechos onde pontes caíram na BR-319, no AM

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O trecho sobre o Rio Autaz Mirim, na BR-319, onde uma ponte caiu no dia 8 de outubro, foi liberado para o tráfego de veículos no Amazonas, nesta terça-feira (25), segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A autarquia havia se comprometido em liberar o tráfego até o último fim de semana.

Na segunda-feira (24), agentes do Dnit ainda trabalhavam no aterro criado para a passagem provisória de veículos sobre o Rio Autaz Mirim. Sem a conclusão da obra até então, que é a única forma de acesso entre as duas margens, motoristas se arriscavam passando pelo local. Com o risco, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) chegou a interditar os acessos ao aterro.

Por meio de nota, o Dnit informou nesta terça (23) que a passagem seca, de 30 metros de extensão, feita no local desde o desabamento da ponte, já está garantindo o trânsito de pedestres e de veículos leves e pesados de um lado ao outro do rio.

Rio Autaz Mirim, BR-319, no Amazonas. — Foto: Rede Amazônica

De acordo com o Dnit, apesar da liberação do trecho, uma última etapa do trabalho – implantação de sinalização vertical e dispositivos de segurança para controlar o fluxo – ainda está em andamento.

Durante a semana, serão instaladas as placas de advertência, alertando sobre as lombadas nos acessos à passagem e também sobre o limite de velocidade, que será de 20 km/h.

“O trecho opera em ambos os sentidos. E até que os demais dispositivos de segurança sejam instalados o fluxo de veículos e pedestres será monitorado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para garantir a segurança dos usuários”, informou o Dnit por meio de nota.

Trecho sobre Rio Curuçá

Com relação à transposição sobre o rio Curuçá, o Dnit informou que já executou os acessos necessários para a atracação da balsa que irá realizar a travessia. A operação deste serviço está a cargo da ANTAQ.

No trecho do Rio Curuçá, uma rampa de acesso foi construída para que os veículos desçam, embarquem em uma balsa que fará a travessia para o outro lado, e sigam viagem.

Mas a balsa ainda não chegou ao local. Nos próximos dias, ela deve ser içada e colocada em uma carreta para ser transportada até o Rio Curuçá.

“O departamento publicou na edição do Diário Oficial da União (DOU) do dia 11 de outubro, as portarias que decretam situação de emergência de ambas as pontes. A partir da decretação de emergência, o Dnit tem autorização para realizar a contratação dos serviços para a reconstrução das estruturas”, finalizou o Dnit.

Prejuízos

Sem a conclusão das obras pelo órgão, a travessia de pedestres segue sendo feita por água. A Defesa Civil do Estado disponibilizou barcos para o transporte de pedestres, mas situação é precária.

Além de afetar mais de 100 mil pessoas, a queda das pontes tem provocado desabastecimento de alimentos e remédios em três cidades do Amazonas: Careiro da Várzea, Careiro – conhecido como Careiro Castanho – e Manaquiri.

“A minha moto ficou embaixo de um pé de mangueira do outro lado, porque aqui o acesso ainda não foi liberado. Mas é difícil tu subir e descer barranco. Não é fácil. Estou bem cansada”, disse a técnica de enfermagem Rosa Maria, que precisa atravessar a ponte sobre o Rio Autaz Mirim.

“Era pra ter sido mais rápido, até porque estou com um problema de saúde e preciso fazer tratamento, enfrentando o sol. Uma hora dessas era pra eu estar em casa. Triste a situação”, lamentou a agricultora Maria Socorro, que precisa fazer a travessia no trecho do Rio Curuçá.

Quem tem pousadas na região reclama do custo. “Uma das partes mais prejudicadas é a rede hoteleira. Os ‘kombeiros’ que trabalham na rede de transporte, também [são prejudicados]. Somos muito prejudicados e, além de tudo, os custos aumentaram pra nós. Qualquer carreta, eles estão duplicando valor das coisas e tudo”, comentou a empresária Karolaine Oliveira, proprietária de pousada.

Queda das pontes

As duas pontes desabaram na rodovia federal – a principal via de acesso terrestre do Amazonas para outras regiões do país, em um intervalo de dez dias:

  • No dia 28 de setembro, a ponte sobre o Rio Curuça despencou, deixando quatro mortos e mais de 10 feridos. Uma pessoa segue desaparecida.
  • Já no dia 8 de outubro, a apenas 2 quilômetros do local onde ocorreu o acidente, a ponte sobre o Rio Autaz Mirim desabou poucas horas após ser interditada. Ninguém ficou ferido.
As pontes Autaz Mirim e sobre o Rio Curuçá desabaram na BR-319, no Amazonas — Foto: Associação de Amigos e Defensores da BR-319/Divulgação e Wiliam Duarte/Rede Amazônica

 

Histórico e problemas

Criada durante a Ditadura Militar, a BR-319 surgiu com a proposta de integrar o Amazonas ao restante do país, mas sofre há décadas com falta de estrutura para tráfego. Durante a campanha eleitoral de 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu asfaltá-la.

Passado mais de três anos e meio desde que Bolsonaro assumiu o cargo, a promessa de asfaltamento da BR-319 ainda não saiu do papel.

Questionado logo após a queda da ponte sobre o Rio Curuçá, o Ministério da Infraestrutura disse ao g1 que a declaração feita em 2019 por Bolsonaro “refere-se ao asfaltamento do lote C da BR-319/AM, que fica a aproximadamente 200 quilômetros do local do incidente [ponte sobre o Rio Curuçá]”, embora o presidente e a pasta não tenham deixado isso claro à época.

“O trecho de 405 quilômetros conhecido como “trecho do meião” recebeu em 28 de julho a licença prévia ambiental para as obras de reconstrução e pavimentação. Emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o documento aprova os estudos e viabilidade ambiental das obras. O próximo passo é a licença de instalação, que permitirá a contratação da obra, de acordo com as especificações constantes nos planos, programas e projetos aprovados pelo Ibama”, diz o restante da nota.

Redação por Bernardo Andrade

Conteúdo de G1

Imagens: Rede Amazônica

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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