O Ministério Público Federal pediu nesta terça-feira 15 o “imediato afastamento cautelar” do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, por 90 dias.
O pedido, assinado pelo Procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones, da Procuradoria da República no Rio de Janeiro, sustenta que houve “uso indevido do cargo” e argumenta que as blitzes realizadas pela corporação no segundo turno das eleições contribuiu “sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores”.
“Não é possível […] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, escreveu o MPF.
O pedido de voto para Jair Bolsonaro (PL) na véspera da eleição também é mencionado pelo órgão como uma “verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”.
“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, argumenta.
Apesar da proibição pelo Tribunal Superior Eleitoral, agentes da corporação pararam ônibus que faziam transporte gratuito de eleitores.
A PRF alega que fiscalizou questões técnicas dos veículos, como condições de pneus. O caso é investigado pela Polícia Federal, que também apura se houve “omissão por motivos políticos” do órgão diante dos bloqueios ilegais de manifestantes bolsonaristas nas rodovias.
Silvinei Vasques foi nomeado diretor-geral da PRF quando Anderson Torres assumiu o cargo de ministro da Justiça, em abril de 2021. Vasques substituiu Eduardo Aggio de Sá como chefe da instituição.
Antes de ser diretor-geral da PRF, ele era superintendente da instituição no Rio de Janeiro. Vasques faz parte dos quadros da instituição desde 1995.
CartaCapital procurou a Polícia Rodoviária Federal e aguarda posicionamento.
Com informações de Carta Capital
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