Membros do União Brasil (UB) admitem que a “crise de liderança” na sigla virou uma excelente ferramenta de moeda de troca com o governo federal.
O presidente Lula e os articuladores do governo negociaram os três ministérios do partido com diferentes lideranças. Nenhuma se comprometeu a trazer uma fatia expressiva dos 59 votos do União Brasil.
A negociação por apoio no Congresso é feita “no varejo”, atendendo os parlamentares individualmente.
No entanto, parlamentares do Amazonas que configuram a bancada do União Brasil na Câmara Federal estão alheio às tratativas, ficando às margens das indicações que estão em jogo na mesa e, certamente, não terão indicados entre os tantos cargos postos nesse ‘escambo’ político.
O deputado Saullo Vianna (União Brasil) negou que haja qualquer negociação individual com os parlamentares da legenda. Ele garante que, de forma uniforme, é o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (UB/BA), quem articula os cargos existentes.
“Não há nenhum tipo de negociação. O governo não está negociando de forma individual com os parlamentares”, frisou Saullo.
Saullo, inclusive, comentou que já busca ampliar o diálogo com o governo federal. Ele contou que, nos últimos dias, conversou com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Porém, o parlamentar destacou que o teor da conversa girou em torno de “pautas importantes para o Amazonas”, passando longe de indicações de cargos para o segundo ou terceiro escalão dos ministérios.
As pautas em questão são a proteção da Zona Franca de Manaus (ZFM) diante de uma possível Reforma Tributária; o retorno do apoio do Governo Federal ao Festival de Parintins, quando o parlamentar convidaria, além de Padilha, o presidente Lula (PT) e a ministra da Cultura, Margareth Menezes; etc.
Fausto Jr é outro deputado do Amazonas que integra a sigla comandada por Luciano Bivar e que está na iminência de não conseguir uma indicação sequer no governo federal. No entanto, ele não atendeu as ligações do Portal O Poder para comentar de que forma tem se articulado sobre o assunto.
Cadê o líder do UB?
A raiz do problema acerca dessas tratativas é que a fusão entre DEM e PSL não gerou uma autoridade central para o partido. Luciano Bivar, presidente da sigla e ex-dirigente do PSL, não consegue comandar a ala do partido que veio do DEM.
Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados e ex-DEM, tampouco é reconhecido por todos os pares como uma liderança que centralize votos.
Da Redação O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro/ Portal O Poder