Manaus | 18 de Março de 2019 (Segunda-feira)
A primeira etapa do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) voltado para as crianças de até cinco anos de idade, realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com o apoio Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), começará nesta segunda-feira (18).
A primeira fase do estudo percorrerá 123 municípios de todas as regiões do Brasil, com duração até o mês de dezembro, com a divulgação dos resultados a partir de fevereiro de 2020.
Os primeiros estados a serem visitados são Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santos e Rio Grande do Sul, totalizando os 23 municípios.
Sendo eles, Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro; Serra e Vitória, no Espírito Santo; Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Lauro de Freitas, Salvador e Simões Filho, na Bahia; Alvorada, Canoas, Caxias do Sul, Gravataí, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Rio Grande, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão, no Rio Grande do Sul.
O intuito da pesquisa “Censo de Nutrição Infantil” é coletar informações de 15 mil lares, significando em obter informações de até 17 mil crianças menores de cinco anos de idade. Esses resultados permitirão ao Ministério da Saúde através da Coordenação Nacional de Alimentação e Nutrição, formular políticas públicas baseadas em evidências voltadas para as crianças brasileiras na faixa etária abaixo de cinco anos.
De acordo com o coordenador nacional do Enani, Gilberto Kac, do Instituto de Nutrição José de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o estudo será dividido em três etapas, a primeira é mapear as deficiências de micronutrientes (vitaminas e minerais) entre as crianças com menos de cinco anos, em termos de alimentação e nutrição.
Crianças menores de seis meses também participarão do estudo, no entanto, não terão o sangue coletado. O estudo conseguirá mapear o estado nutricional bioquímico de crianças entre seis meses e 59 meses. “Esse é o grande objetivo, talvez o principal”, afirmou Kac.
A pesquisa toda será realizada em um tablet, pois foi desenvolvido um aplicativo específico para esse tipo de estudo. Havendo um questionário geral sobre diversos assuntos, que englobam desde questões socioeconômicas até a história reprodutiva e desenvolvimento infantil.
Juntamente com a dieta das últimas 24 horas, que irá medir a alimentação das crianças menores de 5 anos de idade, será mapeado o perfil sobre o aleitamento materno no Brasil. Kac disse que os dados existentes até agora no país serão atualizados.
As equipes vão recolher dados nacionais sobre aleitamento materno exclusivo e complementar, consumo de ultraprocessados, doação de leite materno e bancos de leite, amamentação cruzada (quando uma mãe amamenta o filho de outra mulher). “Esse é o segundo grande objetivo”, afirmou.
O terceiro objetivo é o mapeamento do estado nutricional antropométrico (conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou suas partes) que, no caso, inclui medir o peso e a altura das crianças e das mães.
Permitindo avaliar o estado nutricional infantil, de modo a confirmar se a desnutrição continua diminuindo no Brasil e informar como está o sobrepeso e a obesidade nas crianças menores de 5 anos. “Tem crescido muito esse excesso de peso e a obesidade, que é um grau mais elevado”, disse o coordenador.
A coleta de dados para o Enani será feita por 342 equipes no país, sob a coordenação da Sociedade para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica (Science), integrada por coordenadores aposentados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A coleta de sangue será coordenada pelo laboratório Diagnósticos Brasil, com capilaridade nacional. São parceiros da UFRJ no censo a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os resultados serão divulgados no próximo ano, mas, segundo Kac, as famílias poderão ter acesso às conclusões do estudo referentes ao exame de sangue e ao estado nutricional de antropometria pelo correio ou pela internet. De acordo com o coordenador do estudo, se houver algum problema relevante, a criança será encaminhada a uma unidade básica de saúde.
Foto: Reprodução/ Internet.
Fonte: Agência Brasil.
Redação por Ana Flávia Oliveira.