Manaus | 12 de Agosto de 2019 (Segunda-feira)
O presidente Jair Bolsonaro declarou que o médico cubano que não for aprovado no programa de revalidação tem a opção de ‘arranjar’ outra profissão, citando que a enfermagem poderia ser uma escolha para iria receber menos do que espera, diminuindo a classe.
“Não passou, vai arranjar outra profissão, ou então ficar como enfermeiros, ganhando menos “, disse o presidente.
Confira a fala abaixo:
A Coren-SP publicou uma nota de esclarecimento ao presidente Jair Bolsonaro, abordando o valor que a categoria possui e as suas competências da atuação profissional.
“A fala demonstra uma visão ultrapassada e deturpada da atuação da enfermagem. Mais de dois milhões de profissionais brasileiros sofrem com a falta de valorização e de reconhecimento, tendo bandeiras como piso salarial, jornada de 30 horas semanais e local adequado para descanso ignoradas há anos pelos poderes legislativo e executivo. Além disso, visões preconceituosas e desprovidas de qualquer conhecimento sobre a prática ainda têm a enfermagem como auxiliar dos médicos”, informou.
Além disso, o conselho ainda rebate a fala de Bolsonaro, afirmando que a profissão é ampla, diversificada e democrática, possuindo profissionais com os mais distintos níveis de formação, “lembrando que os profissionais de enfermagem representam a maior força de trabalho da saúde do Brasil, estando presentes em todas as fases da vida dos indivíduos, desde atuação em pré-natal até os cuidados paliativos”.
Além disso, a profissão também sofre com a sexualização feminina juntamente com estereótipos machistas, além dos profissionais que são diretamente atacados pela identidade sexual, chamando a declaração do presidente de ‘fala grosseira e desrespeitosa’, sugerindo também que o presidente deveria lutar contra a desvalorização e os baixos salários da categoria.
“O Coren-SP, representando um quarto da força da enfermagem brasileira, clama por mais respeito e consideração às históricas lutas da enfermagem, como salários justos e uma jornada de trabalho de 30 horas semanais, seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O conselho se põe à disposição da Presidência da República para dialogar sobre toda contribuição da enfermagem à saúde dos brasileiros e sobre a importância da valorização e reconhecimento da profissão”, finalizou.
Foto: Reprodução.
Fonte: Nota de Esclarecimento.
Redação por Ana Flávia Oliveira.