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Descoberta | Pela primeira vez, ossos de pterossauro foram identificados por pesquisadores na Antártida

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Manaus | 11 de Dezembro de 2019 (Quarta-feira)

Pesquisadores identificaram pela primeira vez na Antártida ossos de répteis voadores, os pterossauros. A descoberta comprova que esses parentes dos dinossauros viveram na região durante o período Cretáceo Superior, entre 100 milhões e 66 milhões de anos atrás.

O estudo, publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, foi pilotado por pesquisadores do Projeto Paleoantar, que reúne cientistas de diferentes instituições brasileiras, como as universidades federais do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de Pernambuco, além de pesquisadores das universidades de Munique (Alemanha) e de Alberta (Canadá).

A coleta do material, um mesmo osso dividido em duas partes e outro fóssil em um pedaço inteiro, ocorreu em duas expedições à Antártida realizadas entre 2015 e 2018, segundo o paleontólogo Alexander Kellner, líder do estudo e diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

O fóssil inteiro, um metacarpo de uma asa, foi encontrado na ilha de Vega. As duas partes do mesmo osso, de uma falange de um dedo da asa, foram achadas na ilha de James Ross e representam um animal com envergadura entre 3 m e 4 m, na região das asas. Um esqueleto desses tem 230 ossos.

“É muito difícil achar vertebrados na Antártida. Plantas e invertebrados a gente encontra mais fácil. Quando vimos os dois ossos, não acreditamos. Um olhava para cara do outro e não falava uma palavra. Achar um negócio desses num lugar que não é para achar nada é coisa de louco.”

Segundo Kellner, a pesquisa na região envolve vários desafios. Em razão das condições adversas que predominam em todo o ano, com temperaturas que chegam a -90°C, o trabalho de campo se limita ao verão austral.

“A grande maioria dos fósseis de vertebrados que a gente encontra é muito incompleta, fragmentada e, em muitos casos, difíceis de interpretar.”

A descoberta também trouxe um novo marco. “Havia uma ideia de que pterossauros não seriam encontrados em áreas muito frias.”

Entre 70 e 75 milhões de anos atrás, a Antártida era quente, uma região com floresta e animais -o congelamento começou entre 30 e 25 milhões de anos. Os répteis alados foram extintos há 66 milhões de anos.

O fóssil encontrado na ilha de Vega estava no Museu Nacional do Rio de Janeiro quando o prédio pegou fogo em 2018. As outras duas partes do mesmo osso se encontravam no laboratório dos pesquisadores e não foram danificadas pelo incêndio.

“O fóssil é o primeiro material recuperado do incêndio a ser tratado cientificamente. Isso demonstra mais uma vez que o Museu Nacional não perdeu a capacidade de gerar conhecimento e que a gente precisa continuar o trabalho de resgate.”

Foto: Pixabay / reprodução gratuita.

Fonte: FOHAPRESS.

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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