Manaus | 17 de Dezembro de 2019 (Terça-feira)
O artista luso-brasileiro Fernando Lemos morreu na tarde desta terça (17), aos 93 anos. Ele estava internado no Hospital São Luís, no Morumbi, devido a uma infecção renal desde o final de novembro. A informação foi confirmada pela sobrinha do artista, Carolina Overmeer.
Lemos se mudou para o Brasil no início dos anos 1950, aos 27 anos, fugindo da ditadura de António Salazar em Portugal. Àquela altura, era conhecido pelas fotografias surrealistas que produziu de intelectuais e artistas, como Sophia de Mello Breyner Andersen, Carlos Ribeiro e Mário Cesariny, além de imagens cotidianas transformadas por efeitos de luz.
A mudança para o Brasil representou, no entanto, uma guinada na carreira de Lemos. No Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo, ele voltou sua produção para o desenho e a pintura, criando composições abstratas.
Lemos ainda atuou como professor de artes gráficas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a FAU, e ajudou a fundar a Associação Brasileira de Desenho Industrial, a qual presidiu entre 1968 e 1970. Ele também trabalhou como ilustrador e designer e dirigiu um estúdio de criação, o Maitiry, ao lado do poeta concreto Décio Pignatari.
Este ano marcou uma redescoberta da obra de Lemos. Além de protagonizar mostras no Sesc Bom Retiro e no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) -as duas ainda em cartaz-, o artista ainda teve mais de 2.000 obras incorporadas ao acervo do Instituto Moreira Salles.
Lemos deixa cinco filhos e a mulher, Beatrix Overmeer.
Foto: Reprodução.
Fonte: FOLHAPRESS.