sábado, maio 18, 2024
HomeMundoCoronavírus | Americanos começam a estocar armas e munição além de alimentos...

Coronavírus | Americanos começam a estocar armas e munição além de alimentos e água

Publicado em

Artigo Relacionado

Manauara Shopping é palco do Manauara Connection, evento de moda, arte e cultura

Na última semana, nos dias 21 e 22/09, aconteceu o Manauara Connection: Moda, Arte...

Manaus | 17 de Março de 2020 (Terça-feira)

Larry Hyatt comanda de perto os 47 funcionários da loja que seu pai fundou há seis décadas em Charlotte, na Carolina do Norte.

Aos 72 anos, afirma que nunca viu as vendas de seu estabelecimento quadruplicarem em tão pouco tempo, como aconteceu em meio à pandemia do coronavírus. Desde 1959, a família Hyatt vende armas e munição.

Além de alimentos não perecíveis, água e papel higiênico, americanos começaram a estocar fuzis semiautomáticos e coletes à prova de balas sob argumento de que se preparam para viver um cenário de fim do mundo.

“Tivemos muitos relatos de pessoas preocupadas com o país em quarentena total. Se isso acontecer, temem que venham roubar suas casas”, afirma Nick Groat, presidente da Safe Life Defense, uma das concorrentes de Hyatt.

“Estocar colete à prova de bala, armas, munição e equipamentos táticos ajudará a defender suas famílias, suprimentos e propriedades.”

Com sede em Las Vegas e filiais em outros doze estados americanos, a Safe Life Defense registrou aumento de 44% das vendas desde 11 de março, quando o presidente Donald Trump decretou emergência nacional.

Groat explica que a demanda cresceu como um todo, mas destaca a procura por cintos táticos e coletes à prova de balas, que são vendidos no site da loja em modelos de US$ 130 (R$ 650) a US$ 1.700 (R$ 8.500).

O dono da Hyatt Guns, por sua vez, afirma que os produtos que têm puxado suas vendas são as armas automáticas e semiautomáticas, como o fuzil AR-15, muitas vezes feitas para um comprador de primeira viagem.

“Não vejo procura de arma de caça, é autodefesa. Gente que tem arma mas não tinha munição, vem comprar munição. Quem não tinha arma, vem comprar uma.”

Ele lembra que, após o massacre da escola primária de Sandy Hook, que deixou 28 mortos em 2012 no estado de Connecticut, a média de vendas de seus produtos também subiu. “Mas nada perto disso.”

De acordo com a Segunda Emenda da Constituição dos EUA, os cidadãos têm direito de manter e portar armas de fogo, e a compra e venda de armamentos é geralmente feita com bastante facilidade no país.

Hyatt acrescenta que, neste momento, o maior apetite por armas e acessórios táticos nos EUA se dá pela percepção de parte das pessoas de que o governo não será capaz de resolver a crise.

“É um medo causado pela pandemia, mas também pela crise econômica e a sensação de que o país, mesmo em um bom momento, não vai conseguir controlar tudo.”

O primeiro caso confirmado de coronavírus nos EUA foi em 21 de janeiro. Até a primeira semana de março, eram 500 os registros de infectados e, em menos de dez dias, esse número chegou a 5.000, sendo 93 mortos.

Inicialmente Trump minimizou a crise mas, desde a semana passada, quando decretou emergência nacional, tem adotado um tom grave para falar do tema.

Galeria Protesto contra restrição na compra e posse de armas nos EUA Grupos armados mostram insatisfação com planos do governo da Virgínia O presidente disse que a pandemia não está sob controle e que pode durar até julho ou agosto, com impactos que empurrariam o país inclusive para uma recessão.

O fator econômico também preocupa os donos das loja de armamentos, que já preveem escassez de produtos importados.

No site de alguns estabelecimentos, os prazos de entrega estão mais longos do que o normal por causa da alta demanda –situação similar a de diversos mercados americanos que permitem fazer compras online.

“Embora eles estejam embalados e prontos para o transporte, os aeroportos estão bloqueados, impossibilitando o recebimento dos itens. A quarentena da Itália pode aumentar a espera”, afirma Groat, da Safe Life Defense.

Depois da China, a Itália é o país mais atingido pelo coronavírus, com cerca de 27 mil casos e dois mil mortos.

Os importados chineses também devem ficar em falta em varejistas de acessórios como a Bulletproof Zone, que viu suas vendas aumentarem de 50% a 100% desde que eclodiu a crise do novo coronavírus.

A loja é focada em clientes civis, mas estabelecimentos que vendiam majoritariamente em atacado e para grandes corporações relatam uma mudança significativa no perfil dos compradores.

A maior parte das vendas passou a ser individual, de quem vê na pandemia mais uma justificativa para manter armas e munição dentro de casa.

Foto:Spencer Platt / Staff/Getty Images.
Fonte: FOLHAPRESS.

Últimos Artigos

Agendão Cultural está repleto de eventos nos espaços mantidos pelo Governo do Amazonas

O agendão cultural deste fim de semana (17 a 19/05) oferece uma programação repleta...

Teatro da Instalação recebe estreia de nova temporada do espetáculo ‘Helena’, do Ateliê 23

No domingo (19/05), às 19h, o Ateliê 23 apresenta a nova temporada do espetáculo...

Governo do AM apoia, através da Fapeam, empreendimentos no último dia do Inova Amazônia

No último dia do Inova Amazônia, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas...

Amazonas pelo Rio Grande do Sul: Público de Manaus atende ao chamado do Governo do Estado e lota Largo de São Sebastião

O Largo de São Sebastião ficou lotado, no sábado (11/05), em ação da campanha...

Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

Mais artigos como este

Agendão Cultural está repleto de eventos nos espaços mantidos pelo Governo do Amazonas

O agendão cultural deste fim de semana (17 a 19/05) oferece uma programação repleta...

Teatro da Instalação recebe estreia de nova temporada do espetáculo ‘Helena’, do Ateliê 23

No domingo (19/05), às 19h, o Ateliê 23 apresenta a nova temporada do espetáculo...

Governo do AM apoia, através da Fapeam, empreendimentos no último dia do Inova Amazônia

No último dia do Inova Amazônia, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas...