Manaus | 6 de abril, 2020 | Segunda-feira
Representante do Senado na viagem aos Estados Unidos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no começo do mês de março, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), 58, se considera um sobrevivente.

Primeiro parlamentar do país a ser diagnosticado com a Covid-19, Trad chegou a ficar internado em estado grave na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) em um hospital de Brasília.
A volta para casa, há uma semana, foi comemorada apenas na companhia da esposa. Isolamento tem sido a palavra mais defendida pelo parlamentar na tentativa de conter o avanço da doença.
“Sou uma testemunha que sobreviveu a essa doença. Eu tenho legitimidade para dizer que não tem outro caminho para vencer essa doença que não seja o isolamento social. As consequências econômicas a gente conserta depois”, defendeu o senador, em entrevista à reportagem na tarde da última sexta-feira (3).
Segundo Trad, a febre alta e o cansaço foram os primeiros sintomas que sentiu, alguns dias depois de o secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, ter testado positivo para a doença. Ambos estavam no mesmo voo aos EUA.
Bolsonaro chegou a fazer o teste, mas segundo ele próprio divulgou em uma rede social, o resultado deu negativo.
“Essa doença se manifesta de forma diferente em cada pessoa. Eu tive febre e prostração. Minha esposa chegou a dizer que era psicológico, porque o Fabinho [Wajngarten] tinha testado positivo. Esperei ainda três dias para procurar atendimento, e depois de ter a confirmação, mesmo medicado, só piorou”, contou.
Na segunda semana março, algumas horas depois de receber a confirmação da doença, o senador teve febre ainda mais intensa e falta de ar, apesar de já estar medicado. Acabou internado e entubado, e só saiu da UTI cinco dias depois.
Apesar das orações diárias, ele admite que teve receios. Agora, já em casa, Trad convive com uma tosse seca que não o deixa falar por muito tempo sem que fique cansado. Consequência da enfermidade que atacou o pulmão e o fez precisar de oxigênio durante o tempo em que ficou internado.
Foto: Agência Brasil