Manaus | 15 de maio, 2020 | Sexta-feira
A saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde com menos de um mês no cargo confirma que Jair Bolsonaro (sem partido) busca um nome submisso e que atenda as convicções pessoais do presidente em vez de priorizar a ciência, avaliam parlamentares.
Teich, na prática, estava afastado de decisões que interferem em recomendações da Saúde. Não sabia, por exemplo, que Bolsonaro havia decido aumentar a lista de atividades essenciais e incluir salões de beleza, academias e barbearias.
Também discordava do uso da cloroquina para pacientes com quadros leves da Covid-19, defendida por Bolsonaro mesmo sem evidências científicas do medicamento para o novo coronavírus. Estudos recentes internacionais, publicados em revistas científicas de prestígio, não mostraram benefícios da droga em reduzir internações e mortes e apontaram riscos cardíacos.
Nesta sexta (15), parlamentares culparam Bolsonaro pela saída do segundo ministro da Saúde em meio a uma pandemia.
O deputado Marcelo Ramos (PL-AM) também viu na saída de Teich uma resposta a pressões de Bolsonaro. “Diante das imposições do presidente, só topará ser ministro da saúde quem não tiver compromisso com a ciência e nem com medicina”, disse. “A demissão do ministro demonstra que ele tem.”