O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringas “até que os preços voltem à normalidade”.
Sem apresentar detalhes, o mandatário acrescentou que os estados e municípios têm estoques do material para o início da vacinação contra a covid-19.
Na semana passada, o ministério fracassou na primeira tentativa de comprar seringas e agulhas para a imunização. Das 331 milhões de unidades que a pasta tem a intenção de comprar, só conseguiu oferta para adquirir 7,9 milhões no pregão eletrônico. O número corresponde a cerca de 2,4% do total de unidades que desejava adquirir.
“Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade”, escreveu o presidente em uma rede social.
“Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande”, acrescentou.
A compra de seringas e agulhas costuma ser feita por estados e municípios. Durante a pandemia, porém, o ministério decidiu centralizar estes insumos.
Após o fracasso na primeira tentativa de compra, o Ministério da Saúde informou na última segunda-feira (4) que preparava novos pregões para adquirir os insumos, com previsão de licitações ainda em janeiro, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
O UOL procurou a pasta para esclarecimentos a respeito da declaração do presidente e aguarda retorno.
Fonte: Facebook/Bolsonaro
Saúde negocia requisição de estoques excedentes
O Ministério da Saúde também fez uma requisição de estoques excedentes destes produtos na indústria nacional. A expectativa é garantir a entrega de 30 milhões de unidades em janeiro.
Além da requisição dos estoques, o governo federal também restringiu a exportação dos produtos.
Em perfis institucionais nas redes sociais, o ministério chamou de “fake news” notícias sobre o desempenho do governo na busca por seringas. A indústria nacional de produtos hospitalares alerta o ministério desde julho sobre a necessidade de planejar a compra desses insumos.
A Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos) diz que não haverá falta de seringas no Brasil para a vacinação contra a covid-19.
O governo federal trabalha com a possibilidade da chegada, ainda neste mês, da vacina da farmacêutica AstraZeneca, feita em parceria com a universidade de Oxford. No Brasil, a produção ficará a cargo da Fiocuz (Fundação Oswaldo Cruz), com previsão de 210 milhões de doses em 2021. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já aprovou a importação de 2 milhões de doses do imunizante.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) promete começar a vacinação no próximo dia 25, com a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, que está sendo produzida na capital paulista. A administração estadual afirma que já adquiriu 71 milhões de seringas e agulhas para a imunização —o número representa 71% da previsão inicial do tucano.
Para que as vacinas sejam aplicadas, é necessária aprovação da Anvisa. Até agora, a agência não registrou nenhum imunizante contra a covid-19.
Fonte: UOL
Foto: Mateus Bonomi