sábado, setembro 7, 2024
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LUTO: Brasil tem 200 mil sonhos interrompidos pela Covid-19

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O inimigo que vem destruindo os sonhos de pessoas no mundo desde dezembro de 2019, o novo coronavírus (Covid-19). No Brasil, em dez meses, visualizamos um quadro de tragédia humanitária. Nesta quinta-feira (7), já se somam um total superior a 200 mil sonhos encerrados, vidas que foram perdidas pela Covid-19.

O Brasil é o segundo a alcançar esse número de vítimas no mundo, perdendo para os Estados Unidos da América (EUA). São 20 mil brasileiros mortos por mês.

O número de morte no Brasil está repercutindo entre autoridades e políticos. Entre eles, o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), que disse esperava voltar à normalidade o mais rápido possível, lamenta sobre as mortes, mas afirma que “a vida deve continuar”.

Foto: Eraldo Peres – 2018

“A gente espera voltar à normalidade o mais rapidamente possível. No mais, pessoal, a vida continua. A gente lamenta hoje, que estamos batendo as 200 mil mortes, muitas dessas mortes com Covid, outras mortes de Covid, não temos uma linha de corte no tocante a isso daí. Mas a vida continua. A gente lamenta profundamente”, disse Bolsonaro.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disse em nota à Imprensa, que manifesta profundo pesar pelas mais de 200 mil mortes registradas no Brasil até esta quinta-feira (7) em razão da Covid-19.

“Em nome do Poder Judiciário brasileiro, me solidarizo com as famílias e amigos das vítimas desta pandemia que assola o país e o mundo”, disse o ministro Luiz Fux.

PT

O Partido dos Trabalhadores (PT) também se manifestou sobre as 200 mil mortes no Brasil.

“Quase 11 meses após o 1º caso de Covid no Brasil, e de inúmeras demonstrações de desrespeito cometidas por Bolsonaro, chegamos a 200 mil mortos pela doença nesta quinta-feira. Vítimas, sobretudo, de um profundo sentimento de desprezo pela vida humana”, disse.

Vida continua

A vida continua para muitos, para as famílias que perderam seus entes queridos, também vai continuar, mas com vazio que não será preenchido.

A microempresária Maria de Guadalupe da Silva Souza, 50 anos, perdeu o pai, Tibúrcio Bonete de Souza, de 82 anos, para o novo Coronavírus (Covid-19).

Foto: Divulgação (Tibúrcio e filhas)

“Não sei o que fazer. Penso todas as noites que ele não estará mais aqui, e não sei o que fazer. No aniversário dele não estará mais aqui. Todos os anos nós comemorávamos o aniversário do meu pai”, destaca Maria emocionada.

Maria de Guadalupe conta que o pai era muito presente, carinhoso com todas as filhas e era companheiro em todos os momentos da vida de cada uma.

De acordo com a psicóloga Adriana Areque, a pandemia tem gerado na população uma ansiedade grande, desequilíbrio emocional, primeiro, pelo distanciamento social que é necessário, pois as pessoas são seres sociais e é preciso está com outras para ficar bem emocionalmente.

“As pessoas que vêm fragilizadas desde o ano de 2019, quando tudo começou, agora estão no nível de desgaste emocional grande. E quando se tem a notícia que alguém da família testou positivo para Covid-19, entram num processo de desespero, pela iminência de perda”, explicou a psicóloga.

Adriana Areque destacou que quem testa positivo para Covid-19, fica preocupado, ansioso, mesmo estando com sintomas leves e fazendo o tratamento corretamente.

“Esse anseio pelo futuro, essa angústia do que há por vir. Como vírus vai agir no organismo. Deixa essas pessoas frágeis emocionalmente, então, se cria um ambiente ansioso e desfavorável no que desrespeita as emoções e a imunidade. Principalmente, quando o caso se agrava, quando a necessidade de internação. As famílias ficam muito fragilizadas e desesperadas”, destacou.

Perda

Conforme Adriana Areque, quando um ente querido morre as famílias ficam sem chão, porque não esperam pela morte. Porém, em relação à Covid-19, pelo fato das famílias estarem emocionalmente abaladas, o desespero aumenta, e essa sensação de não ver mais a pessoa, deixa todos desestabilizados.

Foto: Divulgação Internet

“O que nós profissionais da saúde mental falamos para essas pessoas, é viver esse luto, porque precisa ser vivido, aceitar os sentimentos que vem com a perda, como a não conformidade, raiva, tristeza, frustração e vazio. Para entender e aceitar essas emoções, porque é muito importante. É o primeiro passo para lidar com essa perda”, disse.

A psicóloga aponta que, nesse momento de sentimento de perda, é bom buscar conversar com pessoas que têm boas energias, mesmo que seja por meio virtual, para ouvi  palavras de acolhimento.

Aumento de casos

A infectologista Ana Galdina Mendes, afirma que o vírus nunca deixou de circular, houve a primeira onda entre abril e maio, e teve a diminuição de casos, mas sempre mantendo a circulação do vírus.

Ana Galdina Mendes destaca que houve fatores preponderantes que contribuíram para o novo surto do Covid-19 no Amazonas.

“O vírus que já circulava, passou a circular mais. A partir do momento que as pessoas passaram a não terem aquelas medidas adequadas”, disse Ana.

Eleições 2020

Foto: Rebeca Beatriz

A infectologista aponta que um dos fatores que contribuiu para segunda onda, foi às Eleições 2020.

“A Eleição passou a mensagem para população, que estava tudo bem. Então, podiam fazer reuniões, ir para comícios e para festas. Foi essa mensagem que passou para população e houve um desarmamento dos cuidados”, explicou.

Nova variante do coronavírus SARS-CoV-2

Ana Galdina Mendes ressalta que, seguido a esses fatores, houve a entrada no mundo da nova variante do coronavírus SARS-CoV-2, de maior transmissibilidade.

“Já tínhamos o vírus que circulava entre nós normalmente, e passarmos a ter outra cepa diferente, que veio mais transmissível que a primeira. Então, é uma equação perfeita para o que está acontecendo. As pessoas circulando mais, sem cuidados adequados, aglomerando e se reunindo mais e com emergência de uma cepa mais transmissível. O resultado é esse cenário que estamos tendo agora”, ressaltou.

Ana Galdina Mendes ressaltou ainda, que as pessoas não estão seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e esse fato está contribuindo ao cenário atual.

“Brasil está quebrado”

Foto: Pablo Jacob – O Globo

Na terça-feira (5), o presidente Jair Messias Bolsonaro afirmou num grupo de apoiadores que o “Brasil está quebrado” e que, por esse fato não consegue “fazer nada”

“Chefe, o Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus potencializado pela mídia que nós temos aí, essa mídia sem caráter”, afirmou Bolsonaro.

Vacina

O presidente Bolsonaro mostrou ao logo dos meses que não é a favor da vacina contra a Covid-19 no Brasil. No entanto, nesta quinta-feira, na frente do Palácio do Alvorada, reformulou seu discurso a coletiva de imprensa, onde falou que não é contra e nem a favor da vacina.

“Quem é que vai tomar vacina aqui? Não estou fazendo campanha nem contra nem a favor. A vacina emergencial não tem segurança ainda e ninguém pode obrigar alguém a tomar algo que você não tem certeza das consequências”, afirmou Bolsonaro.

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou, por sua vez, que pretende contratar doses da Coronavac para uso na campanha de imunização federal, e até o momento em que terminávamos este texto ainda não havia sido desautorizado pelo Presidente Jair Bolsonaro (chefe negacionista), que no passado havia lhe passado um sabão por considerar o uso da “vachina”. (informações da UOL)

 

Por Alessandra Aline Martins

 

 Foto: Divulgação Crédito AFP

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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