Negócios ligados ao mercado de viagens internacionais começam a se movimentar com a perspectiva da liberação da fronteira dos EUA para a entrada de passageiros vacinados do Brasil. Empresas de imigração, seguros de viagens e casas de câmbio se preparam para atender a demanda represada.
Desde a semana passada, quando a Casa Branca fez o anúncio da reabertura prevista para novembro, a procura de clientes já aumentou nas empresas de imigração. A medida ainda precisa ser oficialmente publicada e regulamentada pelo governo americano.
O presidente da Hayman Woodward, Leonardo Freitas, disse que, na própria segunda, recebeu contatos de clientes pedindo detalhes sobre a liberação. A empresa, que tem cerca de 250 funcionários, vai contratar quase 60 profissionais a mais para atender o salto na demanda de brasileiros e chineses. A suspensão dos vistos americanos na pandemia provocou gargalo nos procedimentos e o volume de trabalho deve aumentar muito após a liberação.
Wagner Pontes, presidente da D4U USA, que atende investidores e famílias em busca do green card, diz que o represamento se deu na etapa da entrevista consular, feita após a aprovação do aplicante nos EUA. Segundo ele, a opção para agilizar as entrevistas, que devem levar algum tempo para se normalizar por aqui após a retomada dos consulados americanos, é realizar essa etapa nos EUA, já que as viagens ao país serão liberadas. “É um procedimento chamado ajuste de status, para quem já tem algum visto, como o de turista, e teve a aprovação do green card”, diz ele.
A reabertura das viagens para os EUA também melhora o horizonte das casas de câmbio que sofreram queda da demanda na pandemia, segundo Tatiana Goes, da Goes Invest. “A procura pela moeda estrangeira retomou. O retorno da possibilidade de o brasileiro viajar aquece o mercado de compra de papel-moeda, que teve uma queda dramática”, diz a economista.
O segmento de seguro de viagens também espera um crescimento. Para a Allianz Travel, o avanço estimado é de 20% a 25% nas emissões de vouchers para a América do Norte com a liberação das fronteiras dos Estados Unidos e do Canadá.
Por Joana Cunha/FOLHAPRESS
Redação por Bernardo Andrade