Para partidos e expoentes da esquerda brasileira, a responsabilidade pela situação que levou à entrada de tropas russas na Ucrânia é em grande medida da Otan, aliança militar ocidental, e do governo dos EUA.
Em entrevista ao site Brasil 247, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, principal auxiliar de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre política externa, disse que “a grande parcela da culpa, da responsabilidade, é dos EUA e da expansão da Otan”. Segundo o ex-chanceler, “isso está na raiz do problema”.
A possibilidade de a Otan se expandir e incluir a Ucrânia é a principal razão apontada pelo presidente russo, Vladimir Putin, para justificar sua invasão ao país vizinho, embora não haja possibilidade concreta de isso acontecer no curto prazo.
Muito atuante no PT em temas de política externa, o jornalista Breno Altman declarou em uma rede social que “frente ao expansionismo dos EUA e da Otan, Putin recorreu às armas para preservar a segurança da Rússia e deter as ambições imperialistas”.
O PT mesmo divulgou uma nota mais branda, dizendo que “a resolução de conflitos de interesses na política internacional deve ser buscada sempre por meio do diálogo e não da força, seja militar, econômica ou de qualquer outra forma”.
Outros partidos também condenaram a Otan e o Ocidente.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, reagiu a uma postagem do presidente dos EUA, Joe Biden, dizendo: “Você realmente acredita que seu governo não tem qualquer responsabilidade por essa crise depois que tentou levar a Ucrânia para a Otan? Você também é culpado por essa situação!”
Já a secretária de Relações Internacionais do PC do B, Ana Prestes, afirmou que “existe um ator que foi fundamental para minar qualquer possibilidade para se chegar a um acordo diplomático: EUA”. Segundo ela, “preferiram instigar e investir na beligerância via expansão da Otan”.
O Foro de São Paulo, que reúne partidos de esquerda latino-americanos e tem uma dirigente petista como secretária-executiva, divulgou nota no último dia 14 pedindo o fim das agressões da Otan e dos EUA contra a Rússia.
Por Fábio Zanini/FOLHAPRESS
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Redação por Bernardo Andrade