sábado, setembro 7, 2024
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Neuralink, do Elon Musk, já teria matado cerca de 1.500 animais na pesquisa do implante cerebral

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A empresa de neurotecnologia Neuralink, de propriedade do bilionário sul-africano Elon Musk, dono da Tesla, SpaceX e Twitter, está sob investigação do governo dos EUA por supostos maus-tratos contra animais após funcionários reclamarem que eram pressionados para acelerarem os experimentos e, com isso, causavam sofrimento e mortes desnecessários às cobaias. Essas informações constam de documentos obtidos pela agência alemã de notícias Reuters.

Na última quarta (30/11), a Neuralink divulgou que está pronta para, em seis meses, implantar chip no cérebro de humanos. A ideia é ajudar pessoas paralisadas a andar novamente e curar outras doenças neurológicas.

A investigação contra a empresa foi aberta nos últimos meses pelo Escritório do Inspetor Geral do Departamento de Agricultura dos EUA a pedido de um promotor federal, segundo duas fontes ouvidas pela agência. O processo, segundo uma das fontes, se concentra em violações da Lei de Bem-Estar Animal, que regulamenta como os pesquisadores devem tratar as cobaias.

De acordo com uma análise da Reuters em dezenas de documentos da Neuralink e entrevistas com mais de 20 representantes atuais e ex-funcionários, muitos experimentos fracassados tiveram que ser repetidos, aumentando o número de animais testados e mortos. Elon Musk e outros executivos da empresa não responderam aos questionamentos da agência alemã.

A lei americana não especifica quantos animais as empresas podem usar para pesquisa e, com isso, acabam permitindo que os cientistas determinem quando e como usar as cobaias nos testes. A Neuralink teve suas instalações aprovadas em todas as inspeções feitas pelo Departamento de Agricultura.

O problema, como mostra a Reuters, é que empresa de neurotecnologia já teria matado cerca de 1.500 animais, incluindo mais de 280 ovelhas, porcos e macacos-*900, como parte dos testes que vêm sendo realizados desde 2018. As fontes ouvidas pela agência afirmam que esse número é uma estimativa aproximada porque a empresa não mantém registros precisos do número de cobaias testadas e mortas. A Neuralink também realizou pesquisas com ratos e camundongos.

Claro que, apesar de significativo, o número de mortes de animais não indica necessariamente que a empresa de Elon Musk estaria violando regulamentos ou os padrões das pesquisas científicas. Muitas empresas fazem experimentos em cobaias para criar produtos voltados à saúde e ao bem-estar humano, enfrentando pressão financeira para lançar no mercado o quanto antes. Normalmente, após a finalização dos testes, os animais são mortos para que possam ser periciados e ajudar em outras pesquisas.

Excesso de mortes de cobaias

Funcionários atuais e já dispensados da Neuralink dizem que o número de mortes de cobaias é maior do que o necessário devido à pressão feita por Musk para que os testes fossem acelerados. Por meio de documentos da empresa e entrevistas, a Reuters identificou quatro experimentos envolvendo 86 porcos e dois macacos que foram prejudicados por erros humanos. Com isso, os experimentos tiveram que ser repetidos, levando à morte de mais animais. Três pessoas ouvidas pela agência atribuíram os erros à falta de preparo da equipe que trabalhava em um ambiente de “alta pressão”.

No início deste ano, o bilionário sul-africano enviou aos funcionários uma reportagem que falava sobre pesquisadores suíços que desenvolveram um implante elétrico que ajudou um homem paralisado a voltar a andar. “Podemos permitir que pessoas usem as mãos e voltem a andar na vida cotidiana!”, escreveu Elon Musk, citado pela Reuters, às 6h37 de 8 de fevereiro deste ano. Dez minutos depois, ele envia nova mensagem: “Na verdade, simplesmente não estamos trabalhando rápido o suficiente. Isso está me deixando louco!”.

O empresário teria dito, em várias ocasiões ao longo dos anos, que os funcionários deviam imaginar que estavam com uma bomba presa à cabeça, como forma de motivá-los a agir apressadamente.

Cinco funcionários da Neuralink ligados a experimentos com animais afirmam à Reuters que defendem uma abordagem mais tradicional, na qual os pesquisadores testam um elemento de cada vez nas cobaias e tiram conclusões relevantes antes de passar para novos experimentos. Mas, segundo eles, a empresa demanda testes rápidos e consecutivos, sem que haja tempo de corrigir problemas detectados em experimentos anteriores. Não há espaço nem para se tirar conclusões completas. O resultado: mais animais acabam sendo usados e mortos, em parte porque essa abordagem leva a testes repetidos.

A Food and Drug Administration dos EUA, espécie de Vigilância Sanitária, é responsável por revisar os pedidos da empresa para aprovação do dispositivo médico e de testes em humanos. O tratamento que a empresa dá aos animais durante a pesquisa, no entanto, é regulamentado pelo Departamento de Agricultura baseado na Lei de Bem-Estar Animal.

 

 

Redação por Bernardo Andrade

Com informações de Trends Br

Foto: YouTube/Neuralink/Reprodução

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Eric Lima

Criador do Portal Pontual

Mestrado em Saúde, Sociedade e Endemias na área de concentração de Epidemiologia de Agravos e Prevalentes na Amazônia pelo instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/FIOCRUZ), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA - 2013). Tem experiência em pesquisa na área de Epidemiologia, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, Avaliação de Serviço em Saúde e Saúde Baseada em Evidências, desenvolvendo estudos nos temas: Tuberculose, Resistência aos fármacos, Tuberculose Multirresistente, Coinfecção TB/HIV.

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