As autoridades do Talibã anunciaram, nesta terça-feira, a proibição do acesso de mulheres à educação universitária em todo o Afeganistão por um período indeterminado, segundo uma carta do Ministério do Ensino Superior enviada a todas as universidades públicas e privadas.
“Recomenda-se que implementem a ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso”, indica o documento, publicado pelo ministro Neda Mohammad Nadeem.
A proibição de acesso ao ensino superior chega menos de três meses depois que milhares de mulheres realizaram as provas de acesso à universidade, uma espécie de vestibular, em todo o país.
Desde que o grupo fundamentalista islâmico recuperou o controle do Afeganistão, em agosto do ano passado, as universidades se viram obrigadas a implementar novas regras, entre elas a segregação por gênero nas salas de aula e nas entradas dos edifícios.
Além disso, as estudantes apenas podiam ter aulas com docentes mulheres ou homens idosos. A maioria das adolescentes de todo o país já havia sido proibida de frequentar o ensino médio, o que limita seriamente suas chances de ter acesso à universidade.
Após anos de guerras civis ou contra potências externas desde a invasão soviética de 1979, a precariedade da vida no Afeganistão ganhou novas proporções desde a saída dos EUA e seus aliados, em agosto do ano passado.
Com o retorno dos talibãs ao controle de Cabul — 20 anos após seu primeiro governo ser derrubado pela invasão americana de 2001, acusado de dar abrigo a Osama bin Laden, chefe da rede terrorista al-Qaeda —, a economia entrou em colapso, mulheres tiveram direitos revogados e a imprescindível ajuda internacional foi prejudicada pelas sanções ocidentais ao novo regime.
Da redação com informações de O Globo
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