Manaus | 15 de abril, 2020 | Quarta-feira
Principal nome à frente das ações de controle do coronavírus, o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, pediu demissão na manhã desta quarta-feira (15).
A informação foi confirmada pela pasta. Mais cedo, Oliveira já tinha divulgado uma carta à equipe, como revelou a coluna da Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo. O pedido de exoneração ocorre após o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) avisar à equipe que será demitido da pasta até sexta-feira (17).
Além de Oliveira, o secretário Denizar Vianna (Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos) também deu sinais de que deve sair caso a exoneração do ministro se confirme.
Com receio de ver os trabalhos descontinuados, auxiliares de Mandetta deram ordens à equipe para que acelerem a publicação de trabalhos técnicos que já estejam em fase de finalização para no máximo quinta-feira (16).
Mais cedo, Oliveira pediu a diretores que fizessem um balanço das ações de suas áreas para uma eventual troca de gestão. Pedido semelhante foi reforçado por Mandetta em reunião nesta quarta. Na ocasião, o ministro orientou a equipe a acelerar ações para mostrar que a pasta cumpriu o que havia prometido fazer.
Na manhã desta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que resolverá “a questão da Saúde” para que seja possível “tocar o barco”. A expectativa no Ministério da Saúde é que Mandetta seja demitido do comando da pasta até o final desta semana.
“Pessoal, estou fazendo a minha parte”, disse o presidente a apoiadores que o aguardavam na frente do Palácio do Alvorada pela manhã. “Resolveremos a questão da Saúde no Brasil para tocar o barco”, afirmou.
O presidente não quis falar com a imprensa. Dos apoiadores que diariamente se aglomeram em frente à residência oficial, ouviu cobranças, o que o deixou incomodado. “Pessoal, se eu parar aqui para ouvir cada um com um problema, não paro mais”, disse.
Foto: Agência Brasil