Manaus | 29 de abril, 2020 | Quarta-feira
Bombardeado por grupos que disseminam mensagens falsas em todo o mundo, o WhatsApp anunciou que houve redução em 70% do número de mensagens frequentemente encaminhadas.
No começo do mês, a empresa atualizou o aplicativo limitando o reenvio de conteúdos populares para um contato por vez. Antes, uma mensagem retransmitida diversas vezes podia ser repassada pelo usuário para até cinco pessoas ou grupos.
O objetivo, segundo o WhatsApp, é combater a desinformação e reforçar o caráter privado e pessoal da plataforma. Durante a pandemia do novo coronavírus, o aplicativo tem sido um dos principais canais de disseminação de notícias falsas.
Mais da metade das sugestões enviadas ao site do Comprova, coalizão que reúne 24 veículos de imprensa na checagem de conteúdos sobre coronavírus, são informações que circulam no WhatsApp. Nos últimos 30 dias, 58% das cerca de 6.000 mensagens recebidas eram do aplicativo de mensagem, de acordo com Sérgio Lüdke, editor do projeto.
“Os usuários se sentem mais confortáveis para falsificar informações nos aplicativos de mensagens porque são ferramentas que deixam pouco vestígio”, diz Lüdke. “No WhatsApp, uma pessoa que envia uma mensagem pode dizer que a recebeu de alguém, e isso causa pouco constrangimento”.
Nas redes sociais, o registro da data e do horário das publicações, bem como uma lista de contato mais ampla, deixa os usuários mais cautelosos quanto ao conteúdo publicado, segundo Lüdke.
Assim como no Brasil, outros países do mundo são inundados com notícias falsas. No Canadá, por exemplo, manifestações nas redes estimularam protesto na cidade de Vancouver neste mês. Manifestantes favoráveis a reabertura da economia afirmavam que o coronavírus não passa de “fake news”.