Manaus | 2 de maio, 2020 | Sábado
Apesar dos saltos de casos do novo coronavírus nos últimos dias, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) anunciou nesta quinta-feira (30) um plano de reabertura escalonada do comércio não essencial em Manaus daqui a duas semanas.
O sistema de saúde da cidade foi o primeiro do país a colapsar. A capital do Amazonas é também a única até agora a enterrar mortos em valas coletivas após os óbitos terem crescido 179,5% no mês de abril, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Lima disse que a reabertura vai depender das confirmações das projeções da curva de casos de coronavírus. Um estudo encomendado pelo governo estima que Manaus já está no pico do contágio e que os registros diários na região metropolitana começarão a cair a partir de 11 de maio.
Nesta sexta-feira (1º), o Amazonas bateu novos recordes de casos e óbitos. Com mais 469 infectados por Covid-19, o total chega 5.723 registros. Houve 51 novos óbitos. Ao todo, já morreram 476 pessoas vítimas da doença no estado.
“Estabelecemos um prazo que, a partir do dia 14, essas atividades retomam gradualmente, mas que até lá nós estamos renovando nosso decreto que suspende serviços que não são essenciais e até lá as pessoas têm de respeitar o isolamento social”, afirmou o governador Wilson Lima.
A reabertura deverá ser em etapas. Em 14 de maio, abriria parte do comércio não essencial, de pet shops a lojas de roupas. Em 21 de maio, seria a vez de bares, restaurantes, lojas de departamento e de eletrodomésticos, entre outros.
No terceiro ciclo, em 28 de maio, igrejas, cabeleireiros e lojas de armas de fogo voltariam às atividades.
Creches, escolas e universidades retomariam as aulas a partir de 6 de julho. Por último, em agosto, casas de shows e eventos poderão reabrir.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que o presidente da Assembleia, o ex-aliado Josué Neto (PRTB), abriu um processo de impeachment contra Lima, a pedido do Sindicato dos Médicos, que vê má administração no sistema de saúde.
Josué Neto é ex-aliado de Lima, e ambos são bolsonaristas, embora defendam o isolamento social. Caso o governador e o vice-governador sofram o impeachment, é o presidente da Assembleia que assume, mas haverá nova eleição.